A descoberta da radioatividade

A descoberta da radioatividade

A radioatividade é um fenômeno natural que tem confundido e fascinado os cientistas e a humanidade em geral há mais de um século.

Desde a descoberta da radioactividade natural no século XIX até à criação de materiais radioactivos artificiais no século XX, este fenómeno revolucionou a ciência, a medicina e a indústria.

Descoberta da radioatividade natural

A radioatividade natural é um fenômeno físico no qual certos núcleos atômicos instáveis ​​emitem partículas subatômicas e radiação na tentativa de alcançar maior estabilidade.

Esse processo ocorre espontaneamente em certos elementos químicos, como o urânio, o tório e o potássio-40, encontrados na crosta terrestre. Esses elementos liberam partículas alfa, beta e gama, gerando radiação ionizante. A radioatividade natural é um processo constante e está presente na Terra desde a sua formação

A descoberta de Becquerel

O estudo da radioatividade natural começou com a descoberta de Henri Becquerel em 1896.

Ao investigar as propriedades dos cristais de sal de urânio, Becquerel percebeu que eles emitiam uma radiação misteriosa que poderia atravessar materiais opacos e expor chapas fotográficas.

Esta observação marcou o nascimento da radioatividade, e Becquerel recebeu o Prêmio Nobel de Física em 1903, juntamente com Pierre e Marie Curie, que deram importantes contribuições ao estudo da radioatividade.

Experimentos de Marie Curie

A descoberta da radioatividadeMarie Curie, uma cientista pioneira no campo da radioatividade, desempenhou um papel fundamental na compreensão deste fenómeno.

Em 1898, juntamente com o marido Pierre Curie, Marie isolou dois elementos altamente radioativos: polônio e rádio. Estas descobertas levaram à identificação da radioatividade como uma propriedade de certos elementos químicos, o que desafiou a compreensão convencional da matéria na época.

A pesquisa dos Curie sobre radioatividade levou ao desenvolvimento de técnicas de medição mais precisas, como o uso do eletroscópio e da dosimetria. Eles também lançaram as bases para pesquisas futuras sobre os efeitos da radiação na saúde humana.

Descoberta de radioatividade artificial

A radioatividade artificial é o resultado da criação deliberada de elementos radioativos através da indução de reações nucleares controladas em laboratórios ou reatores nucleares.

Isto é conseguido bombardeando núcleos atômicos com partículas subatômicas, como nêutrons, transformando um elemento em outro. Um exemplo é a conversão de urânio em plutônio.

Esses elementos não ocorrem naturalmente e são utilizados em diversas aplicações, como geração de energia nuclear, produção de isótopos para medicina e pesquisa em física nuclear.

A descoberta de isótopos radioativos artificiais

Ao pesquisar a radioatividade natural, os cientistas também exploraram a possibilidade de criar elementos radioativos artificialmente.

Em 1934, o químico italiano Enrico Fermi conseguiu isso pela primeira vez bombardeando átomos de urânio com nêutrons. Como resultado, foram criados elementos transurânicos, como o neptúnio e o plutônio. Esta conquista marcou o início da radioatividade artificial.

A descoberta de isótopos radioactivos artificiais teve um impacto significativo na investigação nuclear e na criação de novas tecnologias, incluindo a bomba atómica e a geração de energia nuclear. No entanto, também levantou preocupações sobre a proliferação nuclear e os perigos associados ao manuseamento de materiais radioactivos.

Aplicações de radioatividade artificial

A descoberta da radioatividadeA radioatividade artificial tem tido uma ampla gama de aplicações em ciência e tecnologia. Um dos usos mais notáveis ​​é a geração de energia nuclear. As centrais nucleares utilizam a fissão nuclear para produzir eletricidade de forma eficiente e com baixas emissões de carbono.

Outro uso importante da radioatividade artificial é a radioterapia no tratamento do câncer. A radiação é usada para destruir células cancerígenas e diminuir tumores, o que salvou inúmeras vidas ao longo dos anos.

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Data de Publicação: 29 de setembro de 2020
Última Revisão: 8 de novembro de 2023