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Radioatividade

Quem descobriu a radioatividade?

Quem descobriu a radioatividade?

A radioatividade é um fenômeno natural no qual certos núcleos atômicos instáveis ​​emitem radiação, que pode estar na forma de partículas subatômicas ou de energia eletromagnética, como os raios gama.

Mas quem foi o pioneiro por trás da descoberta da radioatividade? A descoberta da radioatividade é atribuída principalmente a dois cientistas pioneiros: Henri Becquerel e Marie Curie.

A misteriosa descoberta de Henri Becquerel

No início do século XIX, os cientistas ficaram intrigados com as estranhas propriedades observadas em certos minerais, como a pechblenda e a autunita. 

Esses minerais pareciam emitir radiação invisível que poderia afetar placas fotográficas, sugerindo a existência de um fenômeno completamente novo.

Experimento Becquerel

No final do século XIX, Antoine Henri Becquerel começou a trabalhar com a teoria de que os minerais eram capazes de emitir luz fosforescente. Fosforescência é a capacidade de um cristal de absorver luz e depois reemiti-la no escuro.

Para verificar sua teoria, ele realizou um experimento: embrulhou uma chapa fotográfica em papel preto (para protegê-la da luz direta), colocou sobre ela um mineral fosforescente de urânio e expôs-a à luz solar intensa. Quando foi revelada, a placa apresentava uma imagem nítida do mineral urânio. Inicialmente, ele pensou nisso como uma confirmação de sua teoria.

A experiência ocorreu em fevereiro, em Paris, quando o céu estava nublado. Com a falta de radiação solar ele não pôde continuar seu experimento, então decidiu guardar o pedaço de urânio e a chapa fotográfica embrulhada em uma gaveta.

Uma descoberta surpreendente

Quem descobriu a radioatividade?Dias depois ele recuperou os materiais para reiniciar o experimento. Becquerel esperava que a placa aparecesse com uma pequena quantidade de fosforescência como resultado de uma fosforescência que ainda não havia desaparecido. Porém, Becquerel descobriu que a imagem impressa era tão intensa quanto no experimento original com radiação solar.

A surpresa foi enorme e permitiu a Becquerel chegar à conclusão correta de que isso nada tinha a ver com a luz. Em vez disso, a exposição veio do próprio urânio, mesmo no escuro.

A radioatividade foi descoberta. Ele passou a demonstrar que os minerais de urânio eram os únicos minerais fosforescentes que apresentavam esse efeito.

Marie Curie: a mulher que definiu a radioatividade

Quem descobriu a radioatividade?Foi neste momento crucial que Marie Curie entrou em cena. Nascida Maria Skłodowska em Varsóvia em 1867, Marie Curie era uma cientista apaixonada e curiosa.

Mudou-se para Paris para estudar na Sorbonne, onde conheceu Pierre Curie, um físico proeminente com quem se casou em 1895. Juntos, iniciaram uma colaboração científica que mudaria a história.

Marie Curie ficou intrigada com os experimentos de Becquerel e decidiu investigar a radioatividade dos minerais de urânio de forma mais sistemática. 

Trabalhando em um pequeno laboratório, o casal Curie realizou experimentos meticulosos para compreender a natureza da radiação emitida pelos minerais radioativos. Eles descobriram que esta radiação não dependia da temperatura, pressão ou da forma química do urânio, tornando-a verdadeiramente misteriosa.

O nascimento da radioatividade

Marie Curie cunhou o termo "radioatividade" para descrever esse fenômeno e, junto com Pierre, começaram a isolar e estudar os elementos radioativos presentes nos minérios de urânio.

O seu trabalho árduo levou à descoberta de dois novos elementos radioativos: polônio e rádio. Marie Curie batizou o polônio em homenagem à sua terra natal, a Polônia, e o rádio por causa de sua intensa radiação.

O processo de isolamento destes elementos foi trabalhoso e perigoso, pois os Curie tiveram que manusear quantidades consideráveis ​​de substâncias altamente radioativas sem conhecimento atual sobre os riscos da exposição à radiação.

Apesar dos perigos, a sua dedicação à investigação científica encorajou-os a continuar.

Reconhecimento internacional e riscos pessoais

O trabalho dos Curie não incluiu apenas a descoberta de novos elementos, mas também o estudo detalhado de suas propriedades. Esses elementos radioativos acabaram tendo aplicações na medicina, especialmente na terapia do câncer, e na indústria, onde foram usados ​​em relógios luminescentes e outros dispositivos.

No entanto, com o tempo, o perigo da exposição prolongada à radiação tornou-se melhor compreendido, levando a uma mudança na percepção pública da radioactividade.

O legado dos Curie

Quem descobriu a radioatividade?A perseverança e dedicação de Marie e Pierre Curie à sua investigação científica valeram-lhes reconhecimento internacional. Em 1903, o casal Curie dividiu o Prêmio Nobel de Física junto com Henri Becquerel pelo seu trabalho pioneiro no campo da radioatividade.

Com isso, Marie Curie se tornou a primeira mulher a ganhar um Prêmio Nobel e, mais tarde, em 1911, ganhou um segundo Prêmio Nobel, desta vez de Química, por suas pesquisas sobre polônio e rádio.

Apesar das homenagens e reconhecimentos, a vida dos Curie foi repleta de desafios e dificuldades. A exposição contínua à radiação teve um impacto pessoal no casal, e Pierre Curie morreu tragicamente num acidente de trânsito em 1906.

Apesar desta perda, Marie Curie continuou o seu trabalho científico e tornou-se uma defensora incansável da investigação científica e da educação.

O legado dos Curies na ciência moderna

Hoje, a radioatividade continua sendo um campo de estudo crucial na física nuclear e na medicina.

Numerosos elementos foram descobertos e aplicações foram desenvolvidas, desde a geração de energia nuclear até a tomografia por emissão de pósitrons (PET) na medicina.

Contudo, a importância de Marie e Pierre Curie na descoberta e compreensão inicial da radioatividade nunca deve ser esquecida.

Causas da morte de Becquerel e Marie Curie

Naquela época, ainda não eram conhecidos os efeitos que a radioatividade produziria na saúde humana, pelo que a exposição continuada a fontes radioativas deteriorou gravemente a saúde de ambos os cientistas.

Henri Becquerel

Henri Becquerel morreu em 25 de agosto de 1908 devido a uma doença chamada "apoplexia fulminante" ou "derrame hemorrágico". Naquela época, nenhuma conexão direta havia sido estabelecida entre seu trabalho com radiação e sua saúde.

Embora agora se suspeite que a sua exposição prolongada a materiais radioativos possa ter contribuído para a sua morte, isso não foi confirmado na altura.

Maria Curie

Por outro lado, Marie Curie morreu em 4 de julho de 1934 devido a complicações de anemia aplástica, que se acredita ter sido causada por sua exposição crônica a altos níveis de radiação durante suas pesquisas científicas.

Ao longo de sua carreira, Marie Curie trabalhou sob condições de segurança muito menos rigorosas do que seriam consideradas seguras hoje, expondo-a repetidamente à radiação.

Embora os riscos associados à radiação não fossem totalmente compreendidos na época, como no caso de Becquerel, acredita-se que a sua exposição contribuiu para a deterioração da sua saúde e, em última análise, para a sua morte.

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Data de Publicação: 28 de janeiro de 2020
Última Revisão: 4 de outubro de 2023