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Acidente nuclear de Fukushima, no Japão

Acidente radiológico em Goiânia, Brasil

Acidente radiológico em Goiânia, Brasil

O acidente radiológico em Goiânia, Brasil, ocorreu em setembro de 1987 e foi o pior acidente radiológico da história do Brasil. O acidente começou quando dois sucateiros, Roberto dos Santos Alves e Wagner Mota Pereira, entraram em um antigo hospital abandonado em Goiânia e encontraram uma máquina de radioterapia fora de uso.

Sem saber o que era a máquina, eles desmontaram e abriram a fonte radioativa, que continha césio-137. Alves e Pereira desconheciam os perigos da radiação e se maravilhavam com a poeira brilhante que saía da máquina.

A poeira, que continha altos níveis de césio-137, foi espalhada por sucateiros e outros moradores da cidade, resultando na exposição radioativa de milhares de pessoas. O césio-137 emitido pela fonte radioativa tinha uma meia-vida de cerca de 30 anos, o que significa que permanecerá perigoso por muitos anos.

O acidente causou a morte de quatro pessoas e a exposição radioativa de muitas outras. A área afetada foi isolada e esforços foram feitos para limpar a área e tratar as pessoas afetadas. O incidente levou à implementação de regulamentações mais rígidas no Brasil para a gestão e controle de materiais radioativos.

Causas do acidente nuclear de Goiana

As causas do acidente radiológico de Goiânia podem ser atribuídas a diversos fatores. Um dos fatores foi o abandono do hospital pelo governo, que permitiu que a máquina de radioterapia fosse desmontada e vendida como sucata. Além disso, a falta de educação e conscientização sobre os perigos da radiação por parte dos sucateiros e da população local contribuiu para a disseminação do material radioativo.

Houve também falhas na segurança e controle de materiais radioativos no hospital, que permitiram a retirada da fonte radioativa sem autorização e de forma insegura.

Após o acidente, outros fatores que contribuíram para o incidente foram identificados, como a falta de supervisão governamental das instalações médicas e a falta de treinamento de segurança contra radiação para os trabalhadores.

Consequências do acidente radiológico em Goiana, Brasil

As consequências do acidente radiológico de Goiânia foram devastadoras e duradouras. Quatro pessoas morreram imediatamente após a exposição à radiação e mais de 200 pessoas sofreram doenças graves relacionadas à exposição, incluindo queimaduras na pele, doenças gastrointestinais e falência de órgãos.

Além disso, mais de 100.000 pessoas foram testadas quanto à exposição à radiação e muitas tiveram que evacuar ou permanecer em suas casas enquanto a limpeza acontecia.

O acidente teve um impacto econômico significativo na cidade de Goiânia e no Brasil em geral, pois muitos prédios e terrenos foram contaminados com césio-137 e tiveram que ser descontaminados e limpos.

Houve também impactos sociais e psicológicos, como estigma e discriminação contra sobreviventes de acidentes e perda de confiança no governo e nas instalações médicas.

Quem foram as vítimas do acidente de Goiânia?

Em decorrência do acidente radiológico em Goiana, ocorreram quatro óbitos:

Leid das Neves Ferreira

Leid das Neves Ferreira, aos 6 anos, era filha de Ivo Ferreira (irmão do dono do aterro). Inicialmente, quando uma equipe internacional chegou para tratá-la, ela foi colocada em uma enfermaria isolada do hospital, pois os funcionários do hospital tinham medo de ficar perto dela. Gradualmente, ele desenvolveu edema na parte superior do corpo, perda de cabelo, danos nos rins e pulmões, bem como hemorragia interna.

Ela morreu em 23 de outubro de 1987 de sepse e infecção geral no Hospital Naval Marsiliu Díaz, no Rio de Janeiro. Ela foi enterrada em um cemitério público em um caixão especial feito de fibra de vidro, projetado para evitar a propagação da radiação. No dia do enterro no cemitério houve tumultos onde mais de mil pessoas protestaram contra o enterro em cemitério público.

Gabriela Maria Ferreira

Gabriela tinha 38 anos e era esposa do dono do aterro, Devara Ferreira. Ele passou mal cerca de três dias após o primeiro contato com a substância. Seu quadro piorou e ele desenvolveu hemorragias internas, principalmente nos membros, olhos e trato gastrointestinal, sofreu queda de cabelo. Ela morreu em 23 de outubro de 1987, cerca de um mês após o contato.

Israel Batista dos Santos

Aos 22 anos, foi contratado da Devara Ferreira e o primeiro a trabalhar com uma fonte radioativa para obter o conteúdo. Ele desenvolveu complicações respiratórias e pulmonares graves, acabou sendo enviado para um hospital e morreu seis dias depois, em 27 de outubro de 1987.

Edmilson Alvez de Souza

Aos 18 anos também trabalhava na Devar Ferreira e trabalhava com fonte radioativa. Ele desenvolveu danos nos pulmões, hemorragia interna e danos no coração, mas morreu em 18 de outubro de 1987.

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Data de Publicação: 23 de janeiro de 2020
Última Revisão: 13 de abril de 2023